Durante sua palestra na celebração dos 22 anos do Movimento Pró-Paraná, o Secretário de Estado de Planejamento, Guto Silva, apresentou um amplo panorama do estágio de desenvolvimento do estado. Ele também destacou a importância da parceria com o MPP e citou como exemplo a conquista da terceira pista do Aeroporto Afonso Pena. O evento foi marcado ainda pela homenagem ao presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski.
Silva fez uma reflexão sobre a formação do estado: “O Paraná nasceu difuso. O Noroeste ligado a São Paulo; o Sudoeste ligado aos gaúchos. A falta de um estado uno me incomodava muito. Porém hoje vejo como positivo o fato de termos um estado plural. Há um novo Paraná borbulhando e crescendo a cada dia. O novo censo do IBGE, ainda que não concluso, aponta uma nova dinâmica”, sintetizou.
“O desafio é equilibrar esse estado em que 91 cidades têm IDH acima da média com os demais que precisam de investimento”, acrescentou Silva. “O novo Paraná está mais longevo. Por isso temos o bom problema de nos reinventar para recepcionar essa força de trabalho. O censo também aponta para o esvaziamento dos pequenos municípios com o fluxo para as cidades polo do nosso estado. Isso é bom por um lado, mas gera perda do Fundo de Participação dos Municípios”, explicou.
O secretário de Planejamento destacou ainda alguns índices do estado como o 1⁰ lugar Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) no ensino médio; o 1⁰ lugar em sustentabilidade ambiental segundo indicadores da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); a colocação do estado em 2⁰ lugar como mais transparente na gestão pública; o 3⁰ lugar no Brasil em abertura de empresas; a 4⁰ maior economia do país, com um crescimento de 25% do setor de agronegócio. Segundo ele, o desafio é fazer a infraestrutura acompanhar esse ritmo, com ferrovias, rodovias e eliminação de gargalos. Silva disse ainda que está aguardando ansiosamente o primeiro e o segundo lote da concessão rodoviária do estado. “Queremos um estado competitivo e forte para crescer a longo e médio prazo, em movimento duradouro”, disse.
Orçamento
Guto Silva falou também sobre a importância do extremo cuidado com o uso do dinheiro público. “Estamos também atentos à qualidade do gasto, analisando o orçamento. Tão ruim quanto não combater a corrupção é gastar mal o dinheiro público”, ponderou. Ele citou projetos em que o estado aposta, como hidrogênio verde. “Ainda é caro produzir, mas já vamos preparar o estado para esse cenário que será mais frequente em uma década”, explicou. “No gás natural precisamos vencer a dificuldade que se aproxima a médio prazo”, acrescentou.
Desafio
O secretário falou sobre a importância de o Índice Ipardes de Desempenho Municipal
(IPDM) do Instituto Paranaense de Desenvolvimento (Ipardes) ser adotado em vez do índice da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) para cálculos estatísticos e econômicos do Paraná. “É o índice do Paraná, muito mais consistente que o Firjan e mais atualizado que o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítisca (IBGE)”
Outro desafio citado por Silva foi a necessidade de mão de obra qualificada. “Perdemos a capacidade de planejar. Não temos gente nem condições para fazer isso. Precisamos pavimentar esse caminho. Engenharia é maturidade econômica e não há país desenvolvido sem ela”.
Reunião com a ministra
O secretário de Planejamento adiantou ainda os assuntos que vai tratar com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, nesta semana. Além do Fundo Sul, ele pretende abordar o Anexo C, que diz respeito aos royalties de Itaipu; a Ferroeste e o Anel de Integração, para o qual pretende solicitar recursos para garantir a estrutura mínima enquanto as concessões rodoviárias não são feitas.
Guto Silva encerrou sua palestra ressaltando a importância da educação de qualidade para aumentar a competitividade do estado. Ao falar sobre os ciclos, como café, erva-mate, milho e soja, ele disse que agora é o momento de o Paraná “plantar cérebros”.