O Comitê de Infraestrutura do Movimento Pró-Paraná e do IEP recebeu, em encontro virtual, nesta terça-feira (17), o deputado Tião Medeiros, presidente da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação, do governo do Paraná, desde 2015. A comissão realizou diversas audiências públicas, com objetivo de ouvir a sociedade civil sobre o novo modelo de concessão das rodovias, além de atuar em questões favoráveis ao desenvolvimento da infraestrutura do estado.
O deputado falou sobre a infraestrutura do Paraná e a construção da Nova Ferroeste, assunto que vem sendo acompanhado com interesse pelo comitê, pois visa ampliar a Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. O novo traçado terá 1.285 quilômetros e ligará os municípios de Maracaju (MS) e Paranaguá (PR). Quando a ferrovia estiver concluída, será o segundo maior corredor de grãos e contêineres do país. Estudos indicam que o projeto da Nova Ferroeste pode reduzir o custo logístico em até 28% já no primeiro ano de operação. A estrada de ferro vai ainda ampliar e modernizar o trecho já existente entre Cascavel e Guarapuava.
O presidente do Pró-Paraná, Marcos Domakoski, abriu a reunião cumprimentando o deputado e destacando as ações do Comitê nos últimos tempos. “É uma honra para o Pró-Paraná recebê-lo na qualidade de presidente de uma das comissões mais importantes da Assembleia Legislativa”, afirmou.
Domakoski pontuou duas conquistas do Comitê de Infraestrutura. A primeira foi o êxito na modelagem do pedágio. “Nosso grupo teve um papel fundamental nessa conquista ao eliminar a outorga e na busca por uma tarifa justa e transparente. Todos somos um pouco vitoriosos”, destacou. “Na questão das pedras da Palangana, destaco a nota técnica elaborada e a articulação política junto ao Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4) para explicarmos do que se tratava, quais as precauções estavam sendo tomadas, o que ajudou a levar a uma decisão favorável”, explicou.
O presidente do IEP, Nelson Gomez, destacou o trabalho de Tião Medeiros à frente da comissão e reafirmou a atuação como essencial ao desenvolvimento do Paraná, além de explicar as atividades do Comitê de Infraestrutura, formado pelo IEP e pelo Pró-Paraná. “Nosso grupo valoriza a união em prol de um Paraná melhor. Desde já, nos colocamos à disposição para tratar de assuntos que visem ao desenvolvimento do nosso estado. Somos políticos, mas apartidários. Buscamos sempre o consenso e a união pelo trabalho da construção coletiva de um Paraná melhor”, destacou.
Em seguida, o deputado Tião Medeiros realizou uma apresentação destacando questões relativas à infraestrutura do Paraná, como os desafios da concessão da Nova Ferroeste, a discussão sobre a concessão ou não do Canal da Galheta, novas concessões rodoviárias, entre outros assuntos. “Temos pela frente grandes desafios na infraestrutura do Paraná que influenciarão diretamente os próximos 25 ou 30 anos”, afirmou. Entre os desafios da concessão da Nova Ferroeste estão descentralizar pontos de recebimento para ampliar capacidade de descarga e de carregamento da carga de retorno, além de compatibilizar a capacidade de captação de cargas nas zonas de produção com a de recepção do porto.
Os estudos de demanda indicam que cerca de 26 milhões de toneladas de produtos devem circular nesse trecho por ano. A Nova Ferroeste deve alcançar 38 milhões de toneladas/ano no tráfego interno. Os estudos de viabilidade técnica e econômica (EVTEA) e de impacto ambiental (EIA/RIMA) estarão concluídos até o fim do ano, quando deve ter início a série de audiências públicas nas regiões afetadas pelo empreendimento. A Nova Ferroeste será leiloada nos primeiros meses de 2022 na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). O investimento estimado é de R$ 25 bilhões. A empresa, ou grupo vencedor da concessão é quem vai executar a obra e terá o direito de explorar o trecho por 60 anos.
Gás Natural
No encontro desta terça-feira também se ressaltou ainda a importância de o Pró-Paraná acompanhar o debate sobre o gás natural e a privatização da Compagas, temas que deverão ser abordados com frequência nas próximas reuniões do comitê. Tião Medeiros explicou que dos 7 riscos externos da Compagas, 6 estão relacionados com alternativas de suprimento de Gás Natural. A Bolívia informou a paralisação da entrega de GN a partir de 2023. “O Plano Estadual de Gás, que foi submetido a consulta pública, não prevê alternativa de suprimento. Isso beira o nacreditável”, pontuou Medeiros.
Para o coordenador-geral do Comitê, Luiz Roberto Bruel, a apresentação relativa ao gás trouxe muitas informações que eram desconhecidas. “A Compagas é uma empresa que tem um bruto potencial e corre o risco de não ter suprimento de gás natural. Isso nos fez decidir sobre os convidados das próximas reuniões, pois devemos nos aprofundar nesse assunto”, afirmou Bruel, que foi o primeiro presidente da Compagas.
O presidente do IEP também alertou para a possibilidade de falta de gás no Paraná e a diferença de preço praticada com relação à Santa Catarina, onde o suprimento é em média 30% mais barato. “A partir da identificação do problema, vamos nos aprofundar no assunto, uma vez que o gás é um insumo estratégico e definir uma posição firme , bem como os próximos passos com relação à temática gás”, finalizou.